25 janeiro, 2006

Hoje em Lisboa, na Avenida da Liberdade

Natureza descartável …


Não é aceitável que nos jardins da Avenida da Liberdade em Lisboa e apesar do muito que estes mudaram para melhor, a Câmara continue a utilizar uma política de “natureza descartável” como tem feito desde que começou a cuidar de algumas zonas ajardinadas na cidade.
É verdade que os recortes são limpos com frequência, que a relva é regada e cortada a seu tempo e as plantas perenes cuidadas por uma empresa de jardinagem.
Mas na Câmara parece não existir um técnico competente que perceba do assunto, utilizando algum planeamento prévio e impondo critério na escolha das espécies não perenes. Desta forma, tão depressa são plantadas umas como arrancadas e substituídas por outras, sem verdadeiramente completarem o ciclo vegetativo. Porquê? Com o dinheiro de quem? Para que fins?
Vejam só o que se passou no último mês de Dezembro. Em muitos canteiros foram colocados pés de Poinsettias, a Planta do Natal alusiva à época (existe uma
FICHA TÉCNICA desta planta).
Mas para que tivessem impacto e cor, na altura em que as puseram já vinham com um tamanho razoável (e algumas em mau estado, também), ou seja, devem ter saído directamente do viveiro para os canteiros da Avenida, quais objectos para decorar - a quadra festiva aqui, o momento oportuno acolá! Objectos Planta mais uma vez (já falei disso antes aqui).
Conclusão, em três dias as quebras eram imensas (e os roubos também, diga-se de passagem) por manifesta falta de condições, quer climatéricas, quer de manutenção geral. As plantas estavam crescidas demais quando foram plantadas, não tiveram tempo nem condições para se aclimatar e os canteiros transformaram-se numa espécie de terra de ninguém, numa das avenidas mais importantes de todo o país.
Pergunto: porque não plantar mais cedo, ou em vez das Poinsettias, uma espécie cujas cores vermelha e verde são geneticamente manipuladas para abrilhantar esta festividade, por uma outra planta que seja mais duradoura e também decorativa? Sim, porque o Natal passa rápido e as Poinsettias deixam aparentemente de ter interesse em pouco tempo (6 semanas no máximo). Ou então, porque não plantá-las na terra mas dentro dos próprios vasos e recolhê-los posteriormente para a estufa, onde se podem desenvolver continuando o seu ciclo até voltarem a ser necessárias, eventualmente no ano seguinte, naquele ou noutro local?
Estas estão como se vêem na foto tirada hoje e é um dó de alma. A política da natureza descartável não deveria ser aplicada por ninguém, muito menos pela autarquia de Lisboa, ainda por cima com o nosso dinheiro, o dinheiro dos contribuintes.

2 comentários:

None disse...

E para quem como eu, se lembra de ver esta planta em tamanho grande, ainda custa mais saber do desperdício. Ignorância, maldade ou desgoverno?

None disse...

Que tal um post sobre plantas aromáticas? É só uma sugestão...